quarta-feira, 12 de novembro de 2008

A GRANDE VIRADA DA IGREJA NO IRÃ


A foto ao lado é de Haik Hovsepian,a qual anuncia um filme sobre a sua história.
No final dos anos 80 o número de crentes persas vindos do Islamismo tinha crescido para milhares. Logo em seguida,nos anos 90, duas coisas convergiram para tornar este momento um dos maiores eventos disseminadores na história do Cristianismo persa. O primeiro foi uma onda de prisões e assassinatos de líderes cristãos (incluindo Haik Hovsepian em 1994, cuja campanha para impedir a execução de um convertido persa recebeu atenção nacional e internacional), organizada pelo governo iraniano. O resultado disso foi que centenas de líderes-leigos persas se levantaram para tomar o lugar dos mártires e assim nasceu um movimento nacional de igrejas domésticas. Na verdade, a ousadia de Haik e dos outros mártires, tanto armênios quanto persas, teve um efeito profundo na igreja evangélica, mas especialmente sobre os próprios crentes persas. No funeral de Haik, centenas de crentes provenientes do Islamismo apareceram para honrá-lo, a despeito da presença de agentes do governo registrando todos os que estavam presentes. Tudo isso foi a edificação do fundamento de Deus para o que viria depois. No ano 2000, programas evangelísticos começaram a ser transmitidos via satélite a quase todos os lares no Irã. Isso foi possível devido ao fato de que milhões de antenas para transmissão via satélite haviam sido ilegalmente contrabandeadas para o Irã pelos membros corruptos do mesmo governo que as tinha proibido. Os programas de TV via satélite tornaram-se uma linha vital para a igreja no Irã. Muito mais, quando o povo iraniano descobriu que o governo estava tentando interferir na transmissão, ela se tornou uma sensação da noite para o dia. Pesquisas nacionais recentes revelaram que 70% dos lares no Irã estão assistindo a programas cristãos. Estas mesmas pesquisas revelaram que aproximadamente um milhão de pessoas já se tornou crente, e muitos outros milhões estão na iminência de se tornarem.
Este crescimento tem acontecido tão rapidamente que a igreja mal pode acompanhá-lo. Um exemplo disso é uma igreja que começou numa casa com duas pessoas há vários anos atrás, e agora já se multiplicou em mais de 20 grupos. O líder desta rede afirmou “Começar igreja no Irã é fácil! Todo lugar que você vai evangelizar, pessoas estão prontas para receber o evangelho, ou elas já se tornaram crentes através dos programas de TV via satélite”. “Treinar líderes também é fácil”, diz outro líder. O governo deixou os jovens sem nada para fazer. Assim os crentes gastam tempo uns com os outros todos os dias. Eles estão constantemente se reunindo para oração, estudo bíblico, e evangelismo. Quando um grupo atinge 25 pessoas, eles o dividem pela metade e começam outro. Dentro de dois anos, espera-se que o novo crente se torne um líder de um novo grupo familiar e um discipulador de novos líderes. Há tantos crentes no Irã, que os programas de TV via satélite estão mudando em direção a uma programação mais voltada para o discipulado. O filho de Haik Hovsepian, Gilbert, está continuando o legado do seu pai ao produzir uma série de transmissões de louvor ao vivo, bem como um CD e uma coleção de hinos com mais de 500 músicas para a igreja clandestina. Ele também transmite um programa semanal de ensino bíblico que tem sido assistido por 40% da população e é um dos 10 programas mais assistidos no país.

Como na China, a rápida multiplicação de igrejas nos lares através da estratégia de “divisão de células” tem resultado em redes bem organizadas. Entre aquelas que nasceram da igreja de Haik em Teerã, há pelo menos 1000 grupos, a maioria deles são fruto do discipulado intencional de Haik, de um grupo dos principais líderes persas no final dos anos 80 e início dos anos 90. Um destes líderes, por exemplo, supervisiona 137 grupos de igrejas domésticas. Entretanto, estas redes, enquanto uma força por um lado, apresentam fraquezas. Recentemente em 2008 agentes secretos do governo infiltraram-se numa rede de cerca de 50 igrejas. Eles se passaram por pessoas interessadas no evangelho, que tinham assistido aos programas de TV evangelísticos. A partir disso conseguiram entrar em toda uma rede de 50 igrejas nos lares.Os crentes associados a estes grupos foram detidos como suspeitos e obrigados a assinar um documento que descrevia a punição deles caso se reunissem novamente em qualquer tempo. Devido ao aumento da preocupação com segurança, coordenação entre a igreja clandestina e o ministério de transmissão via satélite está se tornando cada vez mais difícil, embora que soluções criativas estejam sendo buscadas para unir estes dois ministérios.

Líderes das igrejas nos lares têm expressado repetidamente que uma das suas maiores necessidades é de Bíblias em farsi. As histórias de como Deus tem usado as Escrituras para trazer famílias inteiras ao Senhor Jesus continuam a pipocar do Irã. Há uma tremenda fome e uma demanda generalizada por bíblias. Uma nova tradução coordenada por Ministérios ELAM (uma das maiores agências servindo a igreja persa e fundada por um armênio persa) já tem causado um profundo impacto. Uma versão em áudio está sendo preparada por Gilbert Hovsepian e será completada este ano. Tem sido dito que ainda que 10 milhões de bíblias estivessem disponíveis hoje no Irã, elas não seriam suficientes. Uma senhora, que já distribuiu 20 mil bíblias pessoalmente, disse que nunca nenhuma pessoa rejeitou uma bíblia. Ao contrário, a grande maioria, a recebeu como o maior tesouro que eles jamais tinham recebido.
Fonte:Revista Mission Frontiers, Set-out,2008.
www.missionfrontiers.org

2 comentários:

Jonathan W disse...

Deus usando até contrabandista pra obra dele, mesmo que eles não estivessem cientes, mas é legal ver a proporção que o evangelismo tá tomando por lá. Logo logo só vai ter crente no pais se continuar desse jeito :P

VITÓRIA disse...

eu não sabia disso, parabéns por escrever algo tão atual, e que nos como igreja devemos nos mobilizar para orar, e fazer algo que vá além das orações.